Maternidades vinculadas ao SUS passam a inserir dispositivo após parto ou aborto

As Unidades de saúde da rede pública estão ampliando o acesso ao Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre, em Goiânia. Maternidades da capital começaram a fazer a inserção do método contraceptivo para as interessadas após o parto ou um aborto. Antes, esse processo só era feito durante o planejamento familiar (Veja abaixo os locais onde podem ser feitas as inserções do DIU). Goiânia foi a primeira capital a receber o treinamento em maternidades vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo é que esse atendimento seja ampliado em todo o país. “Atualmente, esse método é usado por apenas 1,5% das mulheres brasileiras. Colocar o DIU no pós-parto, nas primeiras 48 horas, é vantajoso porque ela já está dentro do hospital, causa poucos efeitos colaterais e, com isso, evita uma nova gravidez nos meses seguintes”, explicou o diretor técnico da Maternidade Dona Íris, Denes Ribeiro, que destacou que cerca 20% das mulheres acabam engravidando até três meses após o parto. Ribeiro atribui a baixa popularidade do DIU de cobre a uma série de falsas crenças e preconceitos existentes, como se fosse o dispositivo fosse causa de abortos, pudesse levar à infertilidade e causar desconforto ao homem durante o sexo. “Esse método é seguro, de longa duração, com uma taxa de falha de 0,5% a 0,8%. Ele impede que o espermatozoide encontre o óvulo, não havendo fecundação”, Entre as desvantagens do método estão o risco de eliminação natural ou de sair do lugar nos primeiros dias, além do aumento do sangramento menstrual nos primeiros meses. O diretor da Maternidade Dona Iris conta que se surpreendeu com o aumento da procura pelo dispositivo. “Fizemos um treinamento da nossa equipe no início deste mês. Desde então, houve um crescimento de 10% no número de atendimentos feitos”, contou. Além da inserção do DIU após o parto ou aborto, as mulheres também podem optar por colocar o método contraceptivo em qualquer momento. Para isso, é necessário procurar um posto básico de saúde, que a equipe de assistência social fará a triagem e encaminhamento para uma das unidades que faz o procedimento. A mulher deve retornar 40 dias após a inserção para verificar se o DIU não saiu do lugar, garantindo assim sua eficácia.