Leptospirose: confira medidas essenciais na prevenção da doença

Leptospirose: confira medidas essenciais na prevenção da doença

Com o avanço das chuvas, contaminação pela bactéria é iminente devido ao contato com água e lama de enchentes e inundações



Chuva é sinal de bonança para a natureza e seres humanos, mas também significa risco de enchente e contaminação por meio de várias bactérias, causando doenças como a leptospirose. De grande preocupação mundial, a moléstia é transmitida pelo contato com a urina de animais infectados ou por água e lama contaminadas. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de casos registrados em 2020 foi de 3 mil contaminados. 

Entre os principais pontos de base e multiplicação para os agentes infecciosos desta enfermidade estão suínos, bovinos, equinos, ovinos e cães, mas, no meio urbano, o grande vilão da história são os roedores, especialmente o rato de esgoto. Responsável pela Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde do Distrito Federal, Laurício Monteiro faz alguns alertas e recomenda cuidados para evitar a contaminação da leptospirose. 

“A leptospirose é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria leptospira e transmitida para as pessoas e animais por intermédio de contato direto. A bactéria fica presente na urina dos ratos e roedores, sobretudo os urbanos”, explica o especialista."

Os principais cuidados apontados pelo médico veterinário para evitar a contaminação da leptospirose são jamais nadar, tomar banho ou beber água doce de fonte que possa estar contaminada por inundações ou urina de animais. Também usar sempre botas e luvas quando precisar lavar quintais, canis, calçadas ou mexer com esgotos. 

E, sobretudo, prevenir a proliferação de roedores, acomodando, corretamente, lixos e evitando acúmulo de entulhos. Também não deixar brechas em portas e janelas para entradas de ratos.

“Fechar todos os vãos possíveis em suas residências ou comércios, onde for, manter sempre a caixa de esgoto e ralos fechados e limpeza geral, tanto dentro de casa, quanto no seu quintal”, ensina. “Fazer a limpeza diária ali e não permitir nenhuma forma de acúmulo”, acrescenta. 

 Aos profissionais de saúde e de resgate ou assistência que atuam em desastres naturais, é recomendado o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). É importante ampliar o grau de alerta sobre o risco da doença entre essas pessoas que ficam expostas a inundações e enchentes, atentando-se aos sinais e sintomas da doença, de forma a permitir o diagnóstico precoce e tratamento oportuno. 

Leptospirose é letal

Os principais sintomas da leptospirose são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas, podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas mais graves, geralmente aparece icterícia, ou seja, coloração amarelada da pele e dos olhos, tendo a necessidade de cuidados especiais em caráter de internação hospitalar. 

O doente também pode apresentar hemorragia, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte. É o que explica a médica infectologista do Hospital de Base, Lívia Vanessa Ribeiro. Segundo a especialista, que é referência técnica no Distrito Federal, a doença tem duas fases, sendo a mais grave quando o indivíduo apresenta quadro com insuficiência renal, alterações cardíacas, congestão pulmonar e existência de uma síndrome caracterizada pela icterícia, ou seja, presença de mucosa amarelada. 

“Ela é uma doença grave”, diz enfática. “Quando o indivíduo tem um quadro muito grave, geralmente essas hemorragias podem provocar até edemas, congestão pulmonar e levar à óbito”, resume. 

O tratamento é baseado no uso de medicamentos e outras medidas de suporte, como hemodiálise e respiração mecânica, sempre orientada por um médico de acordo com os sintomas apresentados. Os casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas históricos graves precisam de internação hospitalar. A automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença. Segundo a Dra. Lívia Vanessa, a incidência de casos é maior nas grandes capitais do país, sobretudo nas regiões mais pobres. 

“Temos números maiores nos centros urbanos maiores tipo São Paulo e principalmente na periferia, em lugares que não tem saneamento, que tem acúmulo de água”, reporta. “É uma doença que está intimamente relacionada com as condições de saneamento, de limpeza, um pouco relacionada com o desenvolvimento da região, essa questão de enchentes e inundações dependem muito do poder público”, lamenta. 



Fonte: Brasil 61

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